Assunto sério
Esta manhã fui despertado pela vontade de reflectir sobre um assunto sério. Estou um bocado farto destas abordagens à parte mais superficial da realidade. De certa forma, acho que a idade me impõe a responsabilidade de deixar algo que auxilie a orientação das gerações futuras neste mundo tão desfocado. Como tal, sinto que devo questionar a lógica da palavra “cocó”.
Não tem lógica! E esta é já a primeira conclusão que surge assim de chofre.
Posto isto, e como sei que o assunto merece uma abordagem mais justificativa, há que arregaçar as mangas da linguagem, e passar à explicação para que não restem dúvidas aos que, como Eu, não se limitam a aceitar afirmações assim tão polémicas sem perceberem o âmago das mesmas.
Primeiro, as palavras dissilábicas formadas a partir da repetição de duas consoantes iguais casadas com O têm um som pateta e descredibilizam o substantivo – pronunciem “popó” e “totó”, e reparem como ficam com um ar tolinho a fazê-lo, para além da sensação de desrespeito que se assoma no nosso espírito, perante a injustiça que estamos a fazer a palavras tão nobres como “automóvel” ou “puxinho” (bem, em relação a esta última tenho cá as minhas dúvidas…). Ora, Eu acho que este é um substantivo que ninguém quererá desrespeitar, dada a sua importância para cada um de nós e para toda uma Humanidade, desde os primórdios da fisiologia.
Segundo, se compararmos com “chichi” – a outra palavra “querida” inventada para nomenclar a restante necessidade de expelir resíduos internos – reparamos que esta tem um quê de onomatopaico que a legitima. Podemos mesmo associar “chichi” ao próprio silvo de saída do líquido dourado (chhhhhhh), e ficamos muito mais descansados com a existência da palavra. Agora, cocó? Bem, cocó não tem nada a ver. Eu, com o tempo que cá ando, não sou capaz de relacionar a fonia da palavra com a sonoridade da acção, em nenhum dos momentos que a definem. Mas isto sou Eu, que já deixei de espionar pessoas na sanita há cerca de quatro meses.
Finalmente, se queriam mesmo utilizar C e vogais, então utilizassem qualquer uma das outras. Todas menos o O.
Se fosse A teríamos “cacá”, que serviria de abreviatura à localização da acção, como quem diz ao bebé (e presumo que é para isso que estes termos foram inventados, senão ainda são mais absurdos) o local indicado para o fazer “Faz cacá (cá cá), bebé”. Esta escolha tem ainda a vantagem de ser próxima a “caca”, palavra já inventada para enunciar o produto final.
No caso do E – “cecé”, ou “quequé” mais correctamente – também tinha uma lógica de acção e pedagógica mais compreensível para a criança perceber do que se está a falar: “o bebé quer fazer, quer?” (como, normalmente, temos a tendência de comer os R quando falamos com os petizes, ficaria “o bebé qué fazê, qué (daí o quequé)?”.
Vamos ao I ? Então vamos lá. O caso do I é mais complexo, dado que “cici”, ou “quiqui”, iria assumir uma proximidade fonética com o “chichi”. Mesmo assim, seria mais legítimo que “cocó”. Segundo o mesmo exemplo da fala com o bebé, indicaríamos o local de depósito, tal como no caso do A, “Faz aqui, bebé. Aqui”. Ora, a repetição da palavra “aqui” resultaria facilmente na abreviatura “quiqui”.
O U é uma situação um tanto ou quanto mais delicada, dada a rudeza da sua legitimação, mas, ainda assim, não me furtarei à sua apresentação, já que o espírito de missão a isso me obriga. Ao ver o bebé incomodado, ou chegando a hora, podíamos dizer ao bebé “quer fazer cucu ?” Sim, é mesmo disso que se trata: fazer com o cu (desculpem, mas nestas coisas não há como fugir das palavras). “Fazer com-o-cu” soa mesmo a “fazer cucu”, não é? Pois é.
Contudo, na minha mente, mesmo mantendo a dicotomia das sílabas formadas a partir da repetição de uma consoante e de uma vogal, há soluções muito mais coerentes. Veja-se “fufu” (evocação ao cheiro “fufu, cheira mal”) “pupu” (som) ou “tatá” (“já está!”).
Acho que consegui o meu desiderato, e sinto-me muito mais aliviado.
Não tem lógica! E esta é já a primeira conclusão que surge assim de chofre.
Posto isto, e como sei que o assunto merece uma abordagem mais justificativa, há que arregaçar as mangas da linguagem, e passar à explicação para que não restem dúvidas aos que, como Eu, não se limitam a aceitar afirmações assim tão polémicas sem perceberem o âmago das mesmas.
Primeiro, as palavras dissilábicas formadas a partir da repetição de duas consoantes iguais casadas com O têm um som pateta e descredibilizam o substantivo – pronunciem “popó” e “totó”, e reparem como ficam com um ar tolinho a fazê-lo, para além da sensação de desrespeito que se assoma no nosso espírito, perante a injustiça que estamos a fazer a palavras tão nobres como “automóvel” ou “puxinho” (bem, em relação a esta última tenho cá as minhas dúvidas…). Ora, Eu acho que este é um substantivo que ninguém quererá desrespeitar, dada a sua importância para cada um de nós e para toda uma Humanidade, desde os primórdios da fisiologia.
Segundo, se compararmos com “chichi” – a outra palavra “querida” inventada para nomenclar a restante necessidade de expelir resíduos internos – reparamos que esta tem um quê de onomatopaico que a legitima. Podemos mesmo associar “chichi” ao próprio silvo de saída do líquido dourado (chhhhhhh), e ficamos muito mais descansados com a existência da palavra. Agora, cocó? Bem, cocó não tem nada a ver. Eu, com o tempo que cá ando, não sou capaz de relacionar a fonia da palavra com a sonoridade da acção, em nenhum dos momentos que a definem. Mas isto sou Eu, que já deixei de espionar pessoas na sanita há cerca de quatro meses.
Finalmente, se queriam mesmo utilizar C e vogais, então utilizassem qualquer uma das outras. Todas menos o O.
Se fosse A teríamos “cacá”, que serviria de abreviatura à localização da acção, como quem diz ao bebé (e presumo que é para isso que estes termos foram inventados, senão ainda são mais absurdos) o local indicado para o fazer “Faz cacá (cá cá), bebé”. Esta escolha tem ainda a vantagem de ser próxima a “caca”, palavra já inventada para enunciar o produto final.
No caso do E – “cecé”, ou “quequé” mais correctamente – também tinha uma lógica de acção e pedagógica mais compreensível para a criança perceber do que se está a falar: “o bebé quer fazer, quer?” (como, normalmente, temos a tendência de comer os R quando falamos com os petizes, ficaria “o bebé qué fazê, qué (daí o quequé)?”.
Vamos ao I ? Então vamos lá. O caso do I é mais complexo, dado que “cici”, ou “quiqui”, iria assumir uma proximidade fonética com o “chichi”. Mesmo assim, seria mais legítimo que “cocó”. Segundo o mesmo exemplo da fala com o bebé, indicaríamos o local de depósito, tal como no caso do A, “Faz aqui, bebé. Aqui”. Ora, a repetição da palavra “aqui” resultaria facilmente na abreviatura “quiqui”.
O U é uma situação um tanto ou quanto mais delicada, dada a rudeza da sua legitimação, mas, ainda assim, não me furtarei à sua apresentação, já que o espírito de missão a isso me obriga. Ao ver o bebé incomodado, ou chegando a hora, podíamos dizer ao bebé “quer fazer cucu ?” Sim, é mesmo disso que se trata: fazer com o cu (desculpem, mas nestas coisas não há como fugir das palavras). “Fazer com-o-cu” soa mesmo a “fazer cucu”, não é? Pois é.
Contudo, na minha mente, mesmo mantendo a dicotomia das sílabas formadas a partir da repetição de uma consoante e de uma vogal, há soluções muito mais coerentes. Veja-se “fufu” (evocação ao cheiro “fufu, cheira mal”) “pupu” (som) ou “tatá” (“já está!”).
Acho que consegui o meu desiderato, e sinto-me muito mais aliviado.
16 Comments:
Acabei de ler e é demasiada informação para processar duma vez só. Acho que vou fazer um ó-ó e depois logo volto...
...................................
Vou mandar-te a conta das fraldas para incontenentes!!!ihihihihihih
E não se diz puxinho, diz-se pixo!:D))))
O "incontenentes" é da responsabilidade do bicho da madeira...:D))))
rafeiro:
antes ó-ó q ... tu sabes ( e Eu não tenho q estar aqui a dizer o q poderás fazer qdo não estás embevecido pelas minhas frases, pois não?)
inha e inha:
manda a conta ou uma pedra, Eu aceitarei tudo o q vier, e será bem vindo
cada um chama-o como quer, ora essa!
quererás tu insinuar q, no fundo, há aqui uma continuidade temática entre este texto e o anterior, rapariguINHA???
Eu??????? Nãããããããããã!!!!!!!
:D)))))
inha:
assim, sim; é q Eu já estava a ficar preocupado com tanta malvadeza numa única pessoINHA...
..................
isto é ciência pura, porque a dura essa, é um caso sério na hora da CACA, confesso que fico contente por teres ficado ALIVIADO
..................
Abraço
o delírio....:)
"podre" de inteligente.
amei...
:)))))
beijo-te A.
chuva:
o pior é o s o mEu alívio corresponde à aflição de outros (e refiro-me aos q o lêem ou tentam...)
mendes ferreira:
"podre", Eu acho que poucas vezes alguém escreveu algo tão acertado neste espaço, como a menina acaba de o fazer
;)
A temática metafísica sempre me encantou.
Há ânus que penso assim!
Por momentos pensei estar a ler uma das velhas crónicas do Miguel Esteves Cardoso (talvez possa não parecer, mas isto é um elogio). Mais um momento de pura inspiração, devo confessar-to. Muito bem. Como informação adicional, devo informar-te que, não sei se em todos mas, pelo menos, em alguns países de língua espanhola a tua sugestão "pupu" é já há muito utilizada. Não queria ir por esse caminho, mas talvez esta seja mais uma prova da superioridade espanhola. E da tua, que é muito mais de realçar porque tens o "handicap" de seres (penso eu) português. Mas, como dizem alguns, se bem que não percebo esta afirmação, "são as excepções que confirmam a regra".
mfc:
e fazes tu mto bem! toda a gente sabe - até Eu - que a metafísica é algo que tem vindo encantar quem realmente se preocupa (são anus e anus a encatar)
adriano:
a prmeira parte do teu comentário só revela que deve ser bastante tarde onde te encontras e por isso deves estar bastante atordoado pelo sono...
em relação ao "pupu", nas linguas anglo-saxonicas se utiliza, o q só reforça q eles são uns entendidos neste tipo de assuntos
no q toca ao "handicap", já deves ter percebido q isso para mim é uma vantagem e não um "handicap" (onde raio é q noutro país existita um símio com a tua acutilância e inteligência ao serviço da exposição de ideias?)
finalmente, a tua visita: é mto bom ter-te aqui de novo; mais q uma honra, é o recordar de coisas boas q se passaram por aqui em tempos
um abraço
Simplesmente divinal...adorei!
Maria DaCosta
maria:
Eu acho q "divinal" é um adjectivo um tanto ou qto exagerado, mas dou-te a minha bençaõ para voltares sempre q quiseres
:)
Escreveste 13 parágrafos.
Vem para minha camarata no Júlio.
susana:
obrigado, mas o sr.dr. disse q o mEu caso se tratava melhor no isolamento de uma sala escura
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