O surrealismo pintalgado na vida real
Circulo tranquilamente numa estrada deserta e quase tão direita como a rectidão da linha alva que a divide (começa bem...).
Ao longe, reparo que um automóvel que se aproximava em sentido contrário se encosta bruscamente na berma.
Preocupação. Antecipação de algo errado.
Acelero. Tento chegar perto o mais súbito possível.
O automóvel mantém-se intacto. Expectante, como se ansiasse pela minha observação.
Eu acelero mais.
Começo a avistar movimento através dos vidros.
Está quase...
Finalmente alinho a vista. Estanco a velocidade para afinar a percepção.
Vislumbro.
No interior daquele invólucro apoiado em quatro rodas, uma pessoa do sexo feminino (ao tempo que não escrevia a palavra “sexo”, já tinha saudades) espreme uma borbulha da testa de uma outra pessoa do sexo (duas vezes, isto está a ficar bom...) masculino, o condutor - facto que poderá ser revelador para alguns, mas que não representa nada para mim.
No banco de trás, uma criança, iluminada pela brancura das roupas que a cobrem, dependura os cotovelos nos assentos frontais para assistir à cena mais de perto.
Continuo a passar lentamente, e a contemplar involuntariamente. Tudo aquilo se movimenta languidamente no sentido das minhas costas.
Reviro-me. Não posso acreditar.
Mas é mesmo assim: um casal pára o carro subitamente para se dar o espremimento de uma borbulha, e o filho, atrás, observa. E Eu também. Cá fora, dentro do mEu carro.
Acelero de novo...
Tudo termina aqui – nesta vontade de o descrever - e aí - a ler, arrependidos do tempo que vos faço perder com narrativas tão parvas como esta.
(É com piscadelas deste calibre que Eu sinto a minha personalidade a consolidar-se numa forma cada vez mais adulta e consciente. É disto que se fazem as pessoas. É da vivência de experiências como esta que alguém pode dizer: Eu vivi!)
Ao longe, reparo que um automóvel que se aproximava em sentido contrário se encosta bruscamente na berma.
Preocupação. Antecipação de algo errado.
Acelero. Tento chegar perto o mais súbito possível.
O automóvel mantém-se intacto. Expectante, como se ansiasse pela minha observação.
Eu acelero mais.
Começo a avistar movimento através dos vidros.
Está quase...
Finalmente alinho a vista. Estanco a velocidade para afinar a percepção.
Vislumbro.
No interior daquele invólucro apoiado em quatro rodas, uma pessoa do sexo feminino (ao tempo que não escrevia a palavra “sexo”, já tinha saudades) espreme uma borbulha da testa de uma outra pessoa do sexo (duas vezes, isto está a ficar bom...) masculino, o condutor - facto que poderá ser revelador para alguns, mas que não representa nada para mim.
No banco de trás, uma criança, iluminada pela brancura das roupas que a cobrem, dependura os cotovelos nos assentos frontais para assistir à cena mais de perto.
Continuo a passar lentamente, e a contemplar involuntariamente. Tudo aquilo se movimenta languidamente no sentido das minhas costas.
Reviro-me. Não posso acreditar.
Mas é mesmo assim: um casal pára o carro subitamente para se dar o espremimento de uma borbulha, e o filho, atrás, observa. E Eu também. Cá fora, dentro do mEu carro.
Acelero de novo...
Tudo termina aqui – nesta vontade de o descrever - e aí - a ler, arrependidos do tempo que vos faço perder com narrativas tão parvas como esta.
(É com piscadelas deste calibre que Eu sinto a minha personalidade a consolidar-se numa forma cada vez mais adulta e consciente. É disto que se fazem as pessoas. É da vivência de experiências como esta que alguém pode dizer: Eu vivi!)
.
Tenham lá um bom fim-de-semana.
7 Comments:
...eheheheheh, eu também ando a ver se fico adulto, pelo menos faço por isso.....
P.S. Se puderes lê e divulga o meu convite
Abraço e bom dia
chuva:
é o q Eu vou já fazer aqui em cima, olha lá...
um abraço e excelente sorte
No mínimo, curioso. Mas é destas pequenas maluqueiras que se faz a vida.
*
inha:
destas e de outras, digo-te Eu
LOL
Ele há cada uma...
Uma apredizagem para a vida...
Ainda bem que não te passou nada pela frente nessa altura, senão eras tu que ias parar à berma e sem ninguém para te espremer as borbulhas... LOL
(esta história é inacreditavel!!!!)
inês:
uma contemplação para a vida e mais além
não me passou ninguém pela frente, pq Eu continuo a achar q aquilo foi alguma espécie de revelação, e q, naquele momento, só Eu e aquela gente partilhávamos o universo
insólito é deixares a história a meio...parares para ver uma pessoa do sexo feminino acompanhada por outra do sexo masculino e por uma criança a espremer uma borbulha...quando está a ficar entuasiasmante bazas! e não vês o esguicho que sai em grande velocidade da epiderme da pessoa do sexo feminino e se lança sem qualquer contemplação na bochecha do parvo do sexo masculino e se projecta num ângulo agudo sobre....
já me perdi. afinal não fui eu quem parou para ver uma borbulha a ser espremida.
Enviar um comentário
<< Home