Pior que as cobras

Quem quer já sabe que os americanos são uma malta terrivelmente competitiva que não quer ser ultrapassada em nada, custe o que custar. Muito menos no disparate. Ora esta norte-americanice genética acicata-se ainda mais na tribo do cinema. Vai daí, devem ter tido conhecimento do nosso “Apito Dourado”, e toca de engendrar algo ainda mais pateta. Algo que só caberia mesmo num rolo de fita hollyoodesca, daqueles em que a fantasia se ultrapassa a si própria para surpreender até o inacreditável.

O resultado aparece-nos às cores e com barulho em mais de 100 minutos. Chama-se «Snakes on a plane» - «Serpentes a bordo», em português, assim engolido pela bocarra da tolice que inspira - e é mais hilariante que as conversas do Major apanhadas nas escutas da Procuradoria. Pode parecer mentira, mas é verdade, é realmente muito mais engraçado. Eu, pelo menos, não consegui evitar que as gargalhadas se esgueirassem como cobras.

O enredo serpenteia (ai que saudades de um trocadilho tão...“americano” quanto este) em redor de um avião cheio de uma seita de ofídias no porão, que em pleno voo, por sabotagem alheia, se desprendem do cárcere e invadem todos os habitáculos do avião destinados às pessoas. Agora, se a este venenoso conceito juntarmos um conjunto de personagens tão díspares como um chiwawa, uma obesa depravada, um praticante de artes marciais e o inevitável agente do FBI, teremos o que temos – uma história que enleia e esmaga mais a realidade que as flexíveis costelas no corpo escamado de uma piton esfomeada (que neste caso tem uma dentição de fazer inveja a um tubarão branco adulto!).

O fim já só chega quando nada mais há para rir. Mas há. Temos ali um final digno de meter as mãozinhas num ninho de víboras para nos penalizarmos do tempo e dinheiro que gastamos com tamanha ofensa. Depois disto, sem dúvida que a expressão “mau como as cobras” atinge um outro nível metafórico – a partir de agora devia era ser “mau como o filme das cobras (no avião)”.

Não quero falar muito mais sobre a coisa porque acabei de comer agora, mas posso só adiantar mais isto: quem tem pavor a cobras – a chamada ofiofobia - fuja do interior das salas de cinema onde se exibe esta jóia suprema da fantochada; quem não tem, fuja da mesma forma, ou ainda com mais força (quem não resistir e for lá ver, não diga depois para aí que Eu não avisei).


NOTA: a anuência de Samuel L. Jackson em dar corpo a uma personagem deste “argumento” só pode ser comparada ao galináceo que o Quim enxotou para dentro da sua baliza no último jogo do Glorioso, na Luz, contra o Desportivo das Aves – equivale a disparar um míssil skud no dedo mindinho do pé.

6 Comments:

Blogger isabel mendes ferreira contribuiu com estas palavras sábias:

... ...
,,,,
,,,,,,,,,,,



b e i j o .

outubro 02, 2006 11:07 da tarde  
Blogger Belzebu contribuiu com estas palavras sábias:

Bom! Depois de ler o teu post, acabei de retirar o filme da lista de idas ao cinema!! Vão lá brincar com cobrinhas para outro lado que cá o "je" não entra nesse filme!!!

Quanto ao nosso Quim, bem, se calhar viu o filme no Sábado e ainda estava enjoado!!!

eheheh!! Saudações infernais!!!

outubro 03, 2006 7:56 da tarde  
Blogger Inha contribuiu com estas palavras sábias:

SSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
SSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS

lolllllll


Nota: A gripe das aves é uma doença que se pega, sabia?

:P

outubro 04, 2006 1:53 da tarde  
Blogger Eu contribuiu com estas palavras sábias:

mendes ferreira:

:)

belzebu:

qual enjoadao? Eu estava lá e vi bolinha a fugir-lhe das mãozinhas q nem uma cobra
(não vás ver o filme, não; espera que passe na TVI numa matiné de domingo chuvoso...)

inha:

ai é? e Eu a pensar q s transmitia...

outubro 04, 2006 3:53 da tarde  
Blogger [A] contribuiu com estas palavras sábias:

~~~~~~~~~~~~:~
Feitas as contas ficaste com um texto por 5 €.

outubro 05, 2006 8:16 da tarde  
Blogger Eu contribuiu com estas palavras sábias:

a:

mais barato, Eu tenho cartão de desconto...

outubro 06, 2006 10:19 da manhã  

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