O castigo vem dos céus
Já me tinha perpassado pelos tímpanos que os ingleses mostravam uma impertinência sentadinha ali entre a arrogância descarada e a estupidez absoluta. Eu confesso que nunca o tinha sentido, todavia, e não entrando no terreno movediço da generalização, já posso afiançar que os há (ingleses) bem tacanhos. Muitos e muito.
Provei-o ao assistir a meia-final entre Portugal e a França em pleno bar "britânico" [def.1]. Por má fortuna vi-me rodeado por grunhos [def.2] lá da Inglaterra que ao verem a aura lusa que me envolve (ou talvez pela bandeira, ainda não sei) devem ter logo percebido a minha origem. Vai daí, começaram a soltar urros com z contra a selecção deste pais.
Até aqui compreensível, uma vez que ainda nem se conseguiam sentar direitos depois do que o Ricardo lhes fez (de novo) nos “quartos”. O que se me afigura mais difícil ao entendimento foram as manifestações de incentivo aos gauleses. Terá vindo a ser um engano mEu ou o que mancha a convivência entre ingleses e franceses é muito mais que um canal? Não há uma incompatibilidade ancestral e crónica entre beefs e croissants? Mas afinal estes gajos são petit friends?
Bem, na realidade o que os tais súbditos da majestade deles faziam era emitir um buuuu quando nós tínhamos a bola (que se intensificava com a visão do Cristiano Ronaldo) e um u-áá agitado na cadeira, quando os franceses rematavam. Eu sei que isto pode não passar de manifestações primárias de alguém que se encontra longe de casa, mas para mim eram provocações.
Depois do jogo acabar com a nossa derrota, e do consequente esbracejar, gritos e cerveja entornada por parte deles, só me consegui tranquilizar com a seguinte lembrança: "Coitados destes gajos, no fundo merecem algum tipo de alegria, e até compaixão, pelas punições que recebem do céu - não só o sol lhe dá esta cor rosácea fluorescente que não lembrava a uma hippie psicadélica atestada de LSD, como ainda têm de ouvir as instruções, o clima e a duração dos voos pela voz megafónica de hospedeiras e comandantes aeronáuticos espanhóis, franceses ou alemães que mastigam o inglês e o bolçam num dialecto comico-indecifravel. Não lhes deve ser nada agradável ver as suas palavras tão escalavradas cada vez que voam. Pelo menos para mim é um suplício, calculo que para eles não seja menos." Deixá-los lá.
(e nem menciono o tormento que deve ser ter como primeira visão diária aqueles trambolhos [def.3] a que chamam wife, uma vez que tais condenações não vêem do céu, quanto muito descendem de um dos buracos mais obscurecidos do inferno)
Def.1 - local onde se bebe, como nos outros locais onde se bebe, mas frequentado essencialmente por britânicos
Def.2 - indivíduos que usam o grunhido para manifestarem algo parecido com um pensamento
Def.3 - massa disforme de gente com parecenças muito, mas mesmo muito, ténues com uma mulher
Provei-o ao assistir a meia-final entre Portugal e a França em pleno bar "britânico" [def.1]. Por má fortuna vi-me rodeado por grunhos [def.2] lá da Inglaterra que ao verem a aura lusa que me envolve (ou talvez pela bandeira, ainda não sei) devem ter logo percebido a minha origem. Vai daí, começaram a soltar urros com z contra a selecção deste pais.
Até aqui compreensível, uma vez que ainda nem se conseguiam sentar direitos depois do que o Ricardo lhes fez (de novo) nos “quartos”. O que se me afigura mais difícil ao entendimento foram as manifestações de incentivo aos gauleses. Terá vindo a ser um engano mEu ou o que mancha a convivência entre ingleses e franceses é muito mais que um canal? Não há uma incompatibilidade ancestral e crónica entre beefs e croissants? Mas afinal estes gajos são petit friends?
Bem, na realidade o que os tais súbditos da majestade deles faziam era emitir um buuuu quando nós tínhamos a bola (que se intensificava com a visão do Cristiano Ronaldo) e um u-áá agitado na cadeira, quando os franceses rematavam. Eu sei que isto pode não passar de manifestações primárias de alguém que se encontra longe de casa, mas para mim eram provocações.
Depois do jogo acabar com a nossa derrota, e do consequente esbracejar, gritos e cerveja entornada por parte deles, só me consegui tranquilizar com a seguinte lembrança: "Coitados destes gajos, no fundo merecem algum tipo de alegria, e até compaixão, pelas punições que recebem do céu - não só o sol lhe dá esta cor rosácea fluorescente que não lembrava a uma hippie psicadélica atestada de LSD, como ainda têm de ouvir as instruções, o clima e a duração dos voos pela voz megafónica de hospedeiras e comandantes aeronáuticos espanhóis, franceses ou alemães que mastigam o inglês e o bolçam num dialecto comico-indecifravel. Não lhes deve ser nada agradável ver as suas palavras tão escalavradas cada vez que voam. Pelo menos para mim é um suplício, calculo que para eles não seja menos." Deixá-los lá.
(e nem menciono o tormento que deve ser ter como primeira visão diária aqueles trambolhos [def.3] a que chamam wife, uma vez que tais condenações não vêem do céu, quanto muito descendem de um dos buracos mais obscurecidos do inferno)
Def.1 - local onde se bebe, como nos outros locais onde se bebe, mas frequentado essencialmente por britânicos
Def.2 - indivíduos que usam o grunhido para manifestarem algo parecido com um pensamento
Def.3 - massa disforme de gente com parecenças muito, mas mesmo muito, ténues com uma mulher
5 Comments:
BOM DIA!!!
bons olhos vos leiam!!!
(já vou ler!)
beijokas.
és TU! sem dúvidas...
muito bem regressado....
os gajos também são uns trambolhos...
Que mau que tu és!:)))
rs...ja ´não estou tão monotone.
Também com a cara(?) que as bifas têm, querias o que, milagres?:D))))))
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