Obviamente!

Como Eu já tinha aqui ameaçado há algum tempo, vou colocar-me de bruços sobre uma forma muito particular que o nosso conjunto de “heróis do mar” e o restante “nobre povo” que descendem desta “nação valente” - estou já a afinar o hino para o mundial que ali vem - tem de constatar coisas óbvias através de uma interpolação interrogativa (bem, para ser sincero, já não me lembro se alguma vez disse que iria dissecar este tema e muito menos se o terei feito aqui, mas para o caso isso até é pouco relevante, e este parágrafo também só serviu para gastar mais umas quantas palavras, uma vez que é assim que Eu sou recompensado – sim, é verdade, Eu recebo “à palavra”, ou porque raios achavam que vocabulizo tanto?).

Sim senhores, estamos todos incrustados num povo que consegue perguntar recorrentemente sobre algo cuja resposta lhes está previamente a intrometer-se no miolo, via olhar. E por vezes esta “arte” consegue amaneirar-se recorrendo a pequenas doses de incredibilidade – pasme-se!

Quem, mas quem, nunca foi confrontado com questões do tipo “Vai levar este verniz azul-marinho?” quando se trata do único artigo que apresentámos para repartir com a caixa registadora a superfície do balcão? (Eu! Por acaso nunca me vi em tal situação, não gosto dessa cor, não me fica bem com o tom de pele…). Ou com um céptico “Partiste o pé?” quando tal membro está envolto num trambolho de gesso? Ou ainda com o clássico “Então não comeu a salada?”, quando a mesma se encontra arrumada no mesmo canto do prato e com o mesmo ordenamento com que nos chegou? E o rol poderia continuar por aí fora, mas todos temos mais que fazer…

É verdade, pois é, gostamos de perguntar acerca de coisas que nos estão a responder por si mesmas. Eu tenho para esta minha pessoa que é uma forma de nos acharmos inteligentes, fazemos perguntas com respostas óbvias só para mostrarmos que estamos atentos e que ninguém nos engana, mesmo que não queira. É assim uma necessidade desesperante de dizer algo, mesmo que esse algo seja obviamente estulto.

Mas, para mim, é quando esta nossa característica se embrulha de carinho e se casa com um outro tique luso – o das coisinhas - que revelamos com todo o esplendor a nossa originalidade enquanto habitantes do mundo.

Senão vejamos, haverá algo mais surpreendente que alguém nos perguntar “Quer a continha é? Não quer um cafezinho? É só a continha?” quando a nossa última deixa foi “É a conta por favor” vocalizada nos segundos anteriores? Aqui, quem nos atende consegue encerrar no seu comportamento não só a dúvida perante o óbvio, como a diminuição crónica de tudo o que nos rodeia, e uma preocupação quase doentia que nos esqueçamos de nos lembrar duma coisa que já mostramos não querer (sobre esta doutrinarei noutra altura…). É lindo! É reconfortante! E, sobretudo, é português!


Já acabaram de ler o texto? Chegaram ao fimzinho? Está tudo lidinho? Então e vão-se já embora? Não querem escrever um comentáriozinho?

9 Comments:

Blogger [A] contribuiu com estas palavras sábias:

eu adoro essas perguntinhas...mas sempre detestei os diminuitivos sobretudo quando à frente do meu nome pôem o sufixo inha...as pessoas que o fazem soam-me sempre a falsas...é cá uma embirração m inha.
jinho
xxx

maio 03, 2006 1:57 da tarde  
Blogger [A] contribuiu com estas palavras sábias:

ou quando dizem:" beiJINHOS muito GRANDES".hum?!

maio 03, 2006 1:58 da tarde  
Blogger antónio paiva contribuiu com estas palavras sábias:

.....é isso é isso, já agora qual é a côr de verniz que vai com o teu tom de pele?.....

;)

maio 03, 2006 5:25 da tarde  
Blogger alyia contribuiu com estas palavras sábias:

O azul-marinho acho que não te ficava bem mas... um rosa-choque ficava-te a matar de certeza, até porque combinava na perfeição com o teu cabelo loiro e os teus olhos azuis!
Por outro lado devo informá-lo, carissimo Eu (Eu de tu, e não Eu de Eu/Mim, óbviamente), que um trambolho de gesso nem sempre é sinónimo de partido (ou fractura, mais propriamente, que partir são os copos que me escorregam das mãos e não os ossos).
Devo ainda alertá-lo para o facto de que a salada é um alimento muito saudavel e que tem a vantagem de não engordar o que evitaria a enchente dos ginásios no Verão e os gastos superfluos de orçamento em porcarias para emagrecer. Portanto veja lá se não deixa a salada arrumada no prato (entretenha-se a arrumar a casa por ex).
Também não percebi aquela sua questão sobre o pagamento da conta. Afinal à pergunta "quer a continha?" a resposta é mais do que óbvia: "não obrigada! Pode ficar com ela!"
Finalmente, estou totalmente ao lado da Ana (o mais não seja por solidariedade homónima) essa coisa dos "inhas" é do pior que há! E a si com esses seus 2 metros de altura, fica-lhe pessimamente!
(o comentário é longo? Azar o seu! Não tivesse terminado o post com aquele parágrafo!!)

maio 03, 2006 7:39 da tarde  
Blogger Inha contribuiu com estas palavras sábias:

Porra, que é hoje que Eu(?) faço o fim do mundo na caixa de comentários deste blog!!!

Não havia necessidade!:(

lol

maio 04, 2006 5:43 da tarde  
Blogger Mac Adame contribuiu com estas palavras sábias:

Então, escreveste mais uma postagenzinha? Então deixo este comentariozinho e vou-me já embora, pode ser? Obrigadinho.

maio 04, 2006 10:58 da tarde  
Blogger Medusa Azul (Zuli) contribuiu com estas palavras sábias:

beeemm, agora fiquei à toa.. e portanto não sei o que dizer..
vinha toda lampeira deixar o meu comentariozinho e, qual não é o meu espanto, quando vejo que o amigo mac adriano fez precisamente a pergunta que eu vinha deixar: «Então, escreveste mais uma postagenzinha?» :)

assim, deixo-te, em vez dela, um beijozinho.

maio 05, 2006 12:26 da manhã  
Anonymous Anónimo contribuiu com estas palavras sábias:

Assim sendo limito a desejar um bom finzinho de semaninha :P
Beijo, sempre para ser retribuido :)

maio 06, 2006 4:51 da tarde  
Blogger Thiago Forrest Gump contribuiu com estas palavras sábias:

Aqui no Brasil é igual! ;)




Bom domingo

maio 07, 2006 6:41 da tarde  

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