Apanhado
Numa recente viagem corisco ao Algarve Eu fui interceptado por uma brigada, mas não foi das de trânsito - desiludam-se - foi por uma Brigada Em Salvação Ou Unicamente Resgate Ousado - Secção para libertação de insectos sem hipótese (B.E.S.O.U.R.O. – s.p.l.d.i.s.h.).
Parece que entre os 1 453 285 gelatinosos e multicoloridos “pingos de mosquito”, que enfeitavam o pára-brisas do mEu automóvel, se encontravam as sobras mortais do último exemplar de uma espécie altamente rara: o Karochus echborraxatus var. summarentus (nome vulgar: potencial-pasta-esborrachada-com-asas).
Segundo informação no local - prestada por um dos voluntários destas brigadas ambientais, enquanto tirava do bolso uma caixinha de fósforos vazia para recolher os “restinhos” e um lenço que lhe enxugasse os olhos humedecidos pela tragédia – comprovada logo ali através de prova gustativa directamente a partir do vidro, o fatídico encontro terá ocorrido a cerca 107 metros antes da saída para Silves, numa altura em que o bicho costumava atravessar a A2 para ir “esticar as asinhas à procura de repouso” (sic), “’tadinho” digo Eu.
Como resultado do nó com que nos atámos aquando a atribuição de responsabilidades - Eu e a minha consciência a puxar numa ponta, e os ambientalistas e a porcaria, literalmente, do animalejo agarrados à outra - já entreguei a situação à seguradora. Isto porque eles acham que foi o binómio Eu/carro que embateu no bicho, mas da minha parte há a certeza que foi ele que veio contra nós, num voo descontrolado e disparatadamente veloz; e não saio da minha! ainda por cima quando está em causa uma pena que pode ir desde a simples remoção voluntária da massa insectiva com esfregão Scoth brit até à raspagem da superfície vítrea com a unha do polegar direito.
Para mais, é suposto que ao viajar numa auto-estrada tenhamos um trajecto descansansadamente isento de animais. Ora, da mesma maneira que não se espera encontrar cães, gatos, javalis, cobras, lagartixas e outros mamíferos, segundo o principio tantrico-estradístico da equidade entre os seres vivos, também os dípteros, coleópteros e demais “pteros” deviriam estar apartados da faixa de rodagem para evitar estas questiúnculas, e a bem da sua própria sobrevivência. Em última instância é por isto que pagamos a taxa portageira.
Cá fico à espera do parecer, e, pelo sim pelo não, vou orando pela alminha liquidificada do carocho, e já agora pelas outras que largaram o corpo da restante panóplia de insectos que (ainda) jazem ao longo do vidro...
Parece que entre os 1 453 285 gelatinosos e multicoloridos “pingos de mosquito”, que enfeitavam o pára-brisas do mEu automóvel, se encontravam as sobras mortais do último exemplar de uma espécie altamente rara: o Karochus echborraxatus var. summarentus (nome vulgar: potencial-pasta-esborrachada-com-asas).
Segundo informação no local - prestada por um dos voluntários destas brigadas ambientais, enquanto tirava do bolso uma caixinha de fósforos vazia para recolher os “restinhos” e um lenço que lhe enxugasse os olhos humedecidos pela tragédia – comprovada logo ali através de prova gustativa directamente a partir do vidro, o fatídico encontro terá ocorrido a cerca 107 metros antes da saída para Silves, numa altura em que o bicho costumava atravessar a A2 para ir “esticar as asinhas à procura de repouso” (sic), “’tadinho” digo Eu.
Como resultado do nó com que nos atámos aquando a atribuição de responsabilidades - Eu e a minha consciência a puxar numa ponta, e os ambientalistas e a porcaria, literalmente, do animalejo agarrados à outra - já entreguei a situação à seguradora. Isto porque eles acham que foi o binómio Eu/carro que embateu no bicho, mas da minha parte há a certeza que foi ele que veio contra nós, num voo descontrolado e disparatadamente veloz; e não saio da minha! ainda por cima quando está em causa uma pena que pode ir desde a simples remoção voluntária da massa insectiva com esfregão Scoth brit até à raspagem da superfície vítrea com a unha do polegar direito.
Para mais, é suposto que ao viajar numa auto-estrada tenhamos um trajecto descansansadamente isento de animais. Ora, da mesma maneira que não se espera encontrar cães, gatos, javalis, cobras, lagartixas e outros mamíferos, segundo o principio tantrico-estradístico da equidade entre os seres vivos, também os dípteros, coleópteros e demais “pteros” deviriam estar apartados da faixa de rodagem para evitar estas questiúnculas, e a bem da sua própria sobrevivência. Em última instância é por isto que pagamos a taxa portageira.
Cá fico à espera do parecer, e, pelo sim pelo não, vou orando pela alminha liquidificada do carocho, e já agora pelas outras que largaram o corpo da restante panóplia de insectos que (ainda) jazem ao longo do vidro...
Bom fim de semana
9 Comments:
...e eu, quando isso me acontece tenho sempre aquele reflexo...o impulso...de desviar o corpo para "aquilo" não me entrar pelo olho dentro...desde criança que tenho uma fobia a grilos, gafanhotos,louva-a-deus e também a "louva-a-deus"!!!
......hum, à primeira abordagem parece-me uma situação deveras acarochada, mas ao efectuar uma análize mais cuidada com carácter científico, pode concluir-se que entre o TEU binómio e os ditos uma atracçaõ fatal, ora então bom FDS.....
:)
Em matéria legal, o nº2 do artº 345 da Lei 123/1966 de 29 de Fevereiro (Protecção de Insectos e outros) aponta para uma indeminização à familia da victima, que passa pela permissão de entrada directa nos seus olhos sem obstrução, embora possa passar a mão posteriormente uma ou duas vezes estando esta passagem dependente do tamanho e porte dos familiares do insecto.
No entanto a alinea c de número 67 do artigo 34 do dec-lei 234/1968 de 6 de Abril. Se o animal tiver feito o seu trajecto embatendo directamente na viatura tem o condutor do veiculo direito a ficar com os seus restos mortais, e fazer deles o que entender.
No meu ponto de vista o culpado acaba por ser o insecto uma vez que se deslocava em contra-mão na auto-estrada, não tendo desta forma a familia da victima direito a qualquer indeminização e podendo o condutor ficar com os restos mortais do culpado.
;)
BBZZZ %#@/* BBZ BZZZZZZ ##»<&%# BZZ ZZZZZZZZZZTT!!!! >:(
ASS.: a Viúva do Carocho
podes não acreditar mas depois duma viagem longa em que o carro fica nesse estado eu tenho sempre pena dos bichos! :(
ana: um desses bichinhos já me confessou que tambem te teme (mas não vou dizer qual é que Eu não sou de intrigas)
chuva: Eu conto contigo para minha testemunha
ouvinte: nem me fales da familia da vitima, que Eu estou farto de levar com essas melgas sempre à minha volta a zunirem as suas mágoas e raivas...
medusa: se a conheces (à viuva) diz-lhe q a culpa foi do marido; Eu não queria, ele é q s amandou para o vidro (possivelmente desesperado por já estar farto do discurso dessa barata tonta)
saltapocinhas: (há qto tempo, parceira!) se tens pena, é pq não são bichos (insectos), são aves! - e com essa ordem nunca tive incidentes (pelo menos q m deixassem pena(s) no vidro
Eu gosto de animais, mas de insectos não. É esborrachá-los a todos!
Assassino de animaizinhos indefesos
adriano: Eu acho que estás a exagerar (não se consegue esborrachar os insectos todos!)
alyia: dizem que sim, dizem que sou mauzinho (pelos vistos até para os animaizinhos indefesos)
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