Hiper marcado
Sabem V. Exas. o que mais me transtornou no instantâneo devorar das pequenas mercearias pela bocarra das grandes superfícies? Ou, por outra, o que Eu acho que tenha sido a maior perda nesta troca do “pouco mas de boa vontade” pelo “tudo e muito”? Não sabem, pois não? Claro, Eu ainda não disse, mas vou dizer.
Do que tenho mesmo saudades não é do chão de marmorite nem é da arrumação criteriosa dos detergentes ao lado das caixas de Nestum e do cesto das cebolas; não é dos bibes floridos abotoados ao meio nem da esferográfica atrás da orelha; não é dos preços manuscritos em toscos pedaços de papel pardo nem da conta feita, a caneta bic ou com lápis de tabuada, na folha das serralharias das páginas amarelas de 1981; não é da luz deficiente e muito menos do cheiro intenso a charcutaria rançosa… Não, o que me faz definitivamente falta são os nomes, aqueles imaginativos nomes suportados em toldos berrantes, ou não, que nos obrigavam a olhar e decorar, e até a optar por “esta” ou por “aquela” de acordo com a capacidade sedutora do nome.
Agora só nos resta a repetitividade de uns poucos chavões e agressivas campanhas publicitárias. São sempre os mesmos, nos mesmos sítios apesar de em lugares diferentes. Perdeu-se uma tradição que permitia ao próprio cliente derivar para o seu próprio termo, como a minha avó tantas vezes fazia, rebatizando à sua vontade a venda que escolhia, sem ninguém se importar. Perdeu-se a interactividade dos nomes.
Aqui ficam alguns que ainda fazem parte do mEu imaginário (com especial relevância para os postos na luz a partir da mente de proprietários indianos, que, engenhosamente, utilizavam a letra “K” como elemento de ligação estratégica):
Ti Carminda
Maria Preta
Katekero (indiano)
Tip Top
Trinca-Trinca
Kompraki (indiano)
Lima Limão
Baratinho
Katespero (indiano)
Que saudades!
Do que tenho mesmo saudades não é do chão de marmorite nem é da arrumação criteriosa dos detergentes ao lado das caixas de Nestum e do cesto das cebolas; não é dos bibes floridos abotoados ao meio nem da esferográfica atrás da orelha; não é dos preços manuscritos em toscos pedaços de papel pardo nem da conta feita, a caneta bic ou com lápis de tabuada, na folha das serralharias das páginas amarelas de 1981; não é da luz deficiente e muito menos do cheiro intenso a charcutaria rançosa… Não, o que me faz definitivamente falta são os nomes, aqueles imaginativos nomes suportados em toldos berrantes, ou não, que nos obrigavam a olhar e decorar, e até a optar por “esta” ou por “aquela” de acordo com a capacidade sedutora do nome.
Agora só nos resta a repetitividade de uns poucos chavões e agressivas campanhas publicitárias. São sempre os mesmos, nos mesmos sítios apesar de em lugares diferentes. Perdeu-se uma tradição que permitia ao próprio cliente derivar para o seu próprio termo, como a minha avó tantas vezes fazia, rebatizando à sua vontade a venda que escolhia, sem ninguém se importar. Perdeu-se a interactividade dos nomes.
Aqui ficam alguns que ainda fazem parte do mEu imaginário (com especial relevância para os postos na luz a partir da mente de proprietários indianos, que, engenhosamente, utilizavam a letra “K” como elemento de ligação estratégica):
Ti Carminda
Maria Preta
Katekero (indiano)
Tip Top
Trinca-Trinca
Kompraki (indiano)
Lima Limão
Baratinho
Katespero (indiano)
Que saudades!
9 Comments:
Saudosista? Também eu...;)
.....eu cá gostava do Tónio da Venda e do Rouba a Rir.....
Boa semana
ehehehehe
E viva as mercearias...lol
Beijoquinhas
Ao que parece, foram os indianos que começaram com a mania de escrever tudo com Ks. E agora aí estão quase todos os jovens da nação a fazê-lo. De resto, compreendo a tua melancolia, mas, apesar de tudo, prefiro comprar no Kontinente ou no Karrefour.
Ainda não conheces a Maideinusa? Uma brasileira que foi concebida nos EUA!
A esses nunca fui
Maria Preta e a tituribia (a mãe) acho que era assim que se chamava?
Eu julgo que a sra. ainda é viva.
Como o tempo passa por nós e não por estas personagens!!!é incrivel.
Um abraço do Davinci man
inha: Eu sou muito...
chuva: "rouba a rir", lol
ana: ai o troco em rebuçadinhos "diamante"...
macaco: Eu tb prefiro, mas os nomes tinham piada
dra. daniela mann: não conheço, mas gostava, onde fica?
alyia: nunca foste? então temos de dar uma voltinha para enriqueceres a tua "cultura merceeira" ;)
davinci man: podes crer, e dizem q a "tituribia" ainda está ali para as curvas... :))
Os melhores são 0os indianos.
Kabraços
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