(re)Vistas Masculinas - parte II (a última, calma)

Para quê? Pergunto Eu, para quê?, se sempre houveram “revistas de homens” subentendidas e enraizadas na consciência humana: todas as de carros; e aquela pequena e sagrada publicação fotográfica, com nome diminutivo feminino, vendida em qualquer pequeno quiosque de pau (feito) erigido às três pancadas nas calçadas do nosso país, que foi servindo como manual de educação sexual durante tantas e tantas gerações. E, para aqueles que procuravam uma maior erudição, tínhamos uma “Grande Reportagem”, uma “Visão” ou o suplemento anual d’A Bola, com os planteis completos para a época vigente.
Não era agora necessário começar a condensar informação e belas desnudadas (vulgo gajas nuas) numa única encadernação, e denominá-la de “revista masculina”.
Atentem que não são as publicações, e muito menos os jornalistas ou cronistas, que me causam urticária, é o conceito. É uma imitação! Uma clonagem de um item feminino! A primeira (ou talvez não), se a memória não me apunhala a certeza. O que não é um desprestígio enquanto generalidade, mas a escolha específica deixa tudo a desejar.
As mulheres têm tanta coisa verdadeiramente invejável, porquê ir buscar as revistas? É que atrás (cá está, atrás) disto já veio a depilação, os implantes, as posturas correctas e outras coisas acabadas em “ices”.
É assim como se - muito mal comparado, Eu sei – para defendermos os direitos dos animais começássemos a andar de gatas.
Qualquer dia começamos a ouvir que o Zé Coiso e o Manel e Tal também deixam de jantar para verem o episódio em que o Ricardão desposa a Cicinha, depois do barco da madrasta ter explodido; e aí, aí estamos a bater lá onde já não se desce mais e a passar o legado da dominância.
Mas, enfim, pode ser a nossa salvação. E Eu prefiro crer que se trata disso mesmo, de um mais um processo “evolutivo” que nos liderará à salvação.

Perdoem-me a excessiva seriedade do tema, a noite mal dormida (e demais que virão) e o derrube de dogmas que ele causou; contudo, isto não é um texto machista, é um texto de quem defende a igualdade através da elevação e não pelo agachamento. Literalmente escrevendo.
Acabou (agora já podem comentar), bom fim-de-semana.

2 Comments:

Anonymous Anónimo contribuiu com estas palavras sábias:

Lá!

Já está!

janeiro 20, 2006 9:26 da manhã  
Blogger Mac Adame contribuiu com estas palavras sábias:

Chamas-lhe processo evolutivo? Talvez devolutivo fosse a palavra certa... Na era das Lady's Night, já não falta tudo para haver todas as semanas a Gay's Night. Qualquer dia os homens que até agora foram considerados normais passam a ser vistos como aberrrações. Enfim, o mundo ainda não bateu no fundo porque, segundo dizem os entendidos, não há fundo para bater.

janeiro 21, 2006 6:56 da tarde  

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