A metafísica do leito
Nestes mais de 12235 dias em que Eu já respirei, se há algo que sempre me intrigou, apesar de não acreditar muito nessas coisas, foi a capacidade telepática das camas.
Todas as camas em que acordei se revelaram, mais cedo ou mais tarde, umas autênticas “Lindas Reis” enviando-me fortes ondas cerebrais que apelam à languidez eterna. Não sei se com toda a gente é assim, mas comigo sempre foi.
Desde cedo tive que aprender a resistir a tão ardilosa mensagem, ignorando-a (bem, por vezes não consigo, mas pronto, é só às vezes), fingindo que não estou maluco e que as camas não falam, nem por telepatia.
Mas o pior nem é isso. O pior, mesmo, o que se torna quase insuportável, é a veemência com que o raio da peça de mobília o faz depois de me conseguir levantar e antes de me começar a vestir. Nessa altura, a intensidade da transcendência atinge níveis que ultrapassam o razoável, e passa a ser coadjuvada por um surpreendente e infalível poder hipnótico. Se antes de sair do quarto Eu volto a olhar para a cama - Está feito! - já só de lá saio depois da divisão do dia. A voz, dentro da minha cabeça, arrasta-se e começa a soar a atendedora-brasileira-de-linha-telefónica-erótica, e juro que vejo o edredão e os lençóis a abrirem-se em movimentos insinuantemente promíscuos. Até a almofada contribui, ali deitadinha, a oferecia.
Mas agora chega! Vou comprar uma fotografia do padre Frederico e pagar uma consulta domiciliar ao prof. Alexandrino. Isto só pode ser coisa do mafarrico, uma cama não pode ter tanto poder sozinha. Vou acabar com isto de vez!
Vai de retro, camanás!
Todas as camas em que acordei se revelaram, mais cedo ou mais tarde, umas autênticas “Lindas Reis” enviando-me fortes ondas cerebrais que apelam à languidez eterna. Não sei se com toda a gente é assim, mas comigo sempre foi.
Desde cedo tive que aprender a resistir a tão ardilosa mensagem, ignorando-a (bem, por vezes não consigo, mas pronto, é só às vezes), fingindo que não estou maluco e que as camas não falam, nem por telepatia.
Mas o pior nem é isso. O pior, mesmo, o que se torna quase insuportável, é a veemência com que o raio da peça de mobília o faz depois de me conseguir levantar e antes de me começar a vestir. Nessa altura, a intensidade da transcendência atinge níveis que ultrapassam o razoável, e passa a ser coadjuvada por um surpreendente e infalível poder hipnótico. Se antes de sair do quarto Eu volto a olhar para a cama - Está feito! - já só de lá saio depois da divisão do dia. A voz, dentro da minha cabeça, arrasta-se e começa a soar a atendedora-brasileira-de-linha-telefónica-erótica, e juro que vejo o edredão e os lençóis a abrirem-se em movimentos insinuantemente promíscuos. Até a almofada contribui, ali deitadinha, a oferecia.
Mas agora chega! Vou comprar uma fotografia do padre Frederico e pagar uma consulta domiciliar ao prof. Alexandrino. Isto só pode ser coisa do mafarrico, uma cama não pode ter tanto poder sozinha. Vou acabar com isto de vez!
Vai de retro, camanás!
7 Comments:
Ora vai ver a imagem que arranjei para o teu post.
Só comecei a postar ás 10.30h e agora ás 17h
Manda sempre
já experimentaste dormir num saco cama no chão?! :P
Seja forte. Coloque o colchão no chão.
Adianta!
loooooooooooooool
Tens 33 anos de idade... Isso já não passa.
Livra, Adriano, agora também deitas cartas? Ou tens um dedinho que adivinha?
Sei fazer contas, só.
Eu acho que é uma aposta entre o colchão e a almofada...
trabalham as duas em parceriaaa...
comigo é demais,xiiii são tão teimosos quanto eu!
adoro perder a aposta ao fim de semana :-)
joaninha
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