pouca graça

Serei Eu um conformado, um acomodado, um seguidor? Não! Também me sinto, como todos os filhos da boa gente (e às vezes, nesta luta, “melhor seria ser filho da outra”, como nos diz Chico Buarque); também me custa ver certas - muitas - coisas, como a todos os que têm olhos na cara e os usam para ver para além do olhar. Mas não é por isso que me vou pôr aqui a "atirá-la" para a ventoinha. Não é o propósito deste espaço. Não é o que Eu espero ler quando o acciono.
Se calhar até era mais fácil; tinha mais opções temáticas; muito mais inspiração imediata; a maioria das vezes bastaria transcrever algumas notícias e rematá-las com uma frase ainda mais ridícula. Estava feito, tinha o post preenchido.
E depois? Depois, para além de ficarem os bois, não ficava mais nada.
Primeiro, e desde logo, porque não tenho jeito para tecer opinião sobre certas realidades sem ser extremamente desagradável (e a única coisa desagradável que Eu tolero aqui é a minha escrita).
Segundo, porque há por aí gente que o faz muito mais incisiva e inteligentemente, do que alguma vez Eu sequer ambicionaria fazer.
E, terceiro - mas não último, pelo contrário – porque, apesar de entender que este País (pois é, é sobre ele que estou a escrever) tem quase tudo para ser melhorado - QUASE tudo -, também me parece que não é com pílulas de cianeto que se cura uma doença, por muito grave que ela possa ser - sobretudo se não for incurável.
Gosto de ser português. Gosto! Independentemente de governos, oposições, presidentes, reis, apresentadoras do telejornal, dirigentes de clubes, telenovelas, etc. etc.
Tenho orgulho na História, na Geografia, na Cultura, e até em alguns disparates.
Também tenho pena, pois tenho. Mas sobre isso não vou escrever. Não me faz sorrir. E o que Eu quero, aqui, é receber o mEu sorriso inocente e desprendido, e já agora o vosso, se possível.

É que, mais que muitos leitores, interessa-me imaginar alguns sorrisos. O mEu e os vossos.

Cá está, um texto fútil, sobre as futilidades do mEu fútil pensamento, como fúteis são e serão todos os outros mEus textos. Não esperem mais.

Apeteceu-me.

1 Comments:

Blogger Unknown contribuiu com estas palavras sábias:

Tens razão no que dizes, mas quando se faz um post com as coisas desagradaveis que se passam, seja em portugal seja num qualquer outro país, é uma forma de deitar para fora o que vai na alma, é uma forma de demonstrar a indignação que se sente perante o que está mal...e muitas vezes acaba também por servir de alerta para determinados assuntos...

janeiro 26, 2006 9:36 da tarde  

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