Conto de hoje
Era uma vez uma PDA (Porcaria De Aparelho, para quem não sabe a definição) que fazia parte da vida do seu dono, como se de um órgão vital se tratasse. Ele tratava-a com carinho e deferência, pois asseava-a para além do seu próprio asseio; ofertava-lhe "corzinhas" e "íconezeinhos", para ficar bonitinha; alimentava-a diaria e incessantemente com novos dados e fresquinhos contactos, sempre complementados com suculentas e estaladiças moradinhas. Tudo isto deixando-a repousar respeitosamente na sua capinha, forradinha a veludo, de onde só saía para ser acariciada - em movimentos delicados e diversificados – através de uma suave (e exclusiva!) ponta de plástico – para não riscar a menina, claro.
Era, então, uma PDA tratada como se da mais requintada amante se tratasse. Tudo isto durou onze ternos e cúmplices meses, nos quais se foram reforçando intimidades até à dependência (da parte do dono, que ia cegando com a disponibilidade eficiente da sua “jóia”).
É uma história feliz, não é? Até apetece ir já a uma loja comprar uma. Nada de mais enganoso.
Foi então que, numa fatídica manhã de Novembro, o afeiçoado dono resolveu acordar a bicha (como já perceberam o adjectivo endureceu, uma vez que este que vos escreve sabe o final da história) de um tranquilo sono, que durava já perto de uma semana. E perguntam vocês: “Tanto tempo? Mas ela não era manuseada diariamente?” Pois era, mas um homem também tem família e outros compromissos, pelo que, por vezes até as PDA’s têm de ser um pouco negligenciadas.
Bem, mas adiante, como ela não acordava o dedicado dono facultou-lhe energia eléctrica - do dia (sempre o melhor) – esperando receber a sua saudação luminosa com o mesmo sorriso de sempre. Só que desta vez a … (vou ocultar o adjectivo para não ferir susceptibilidades) respondeu com uns afeminados golfinhos, em vez do simpático ecrã em tons encarnados que sempre exibia. Percebendo que algo de errado e trágico se estava a passar, o ansioso dono embasbacou na espera do desenvolvimento da coisa. E pasmou quando assistiu ao renascimento daquela que, até então tinha crescido consigo. Ou seja, como a mais vil e traiçoeira das meretrizes, a PDA esqueceu tudo o que lhe tinha sido facultado e resolveu recomeçar, como se estivesse a ser desvirginada pela primeira vez. Perante tal cenário, o despedaçado dono sentou-se, enquanto agarrava, com a mão esquerda, o braço direito, que perante tal traição ganhara vida e tentava, furiosamente, arremessar a pérfida máquina contra a parede. Depois de serenada a luta, feliz ou infelizmente ganha pela mão esquerda, o resignado dono resolveu começar tudo de novo, mas desta vez sem tanto afecto e dedicação, que entretanto foram lavados da sua alma pela enxurrada de lágrimas interiores.
Moral deste conto: se querem uma amante, arranjem um ser vivo, que amanhã é sexta-feira
Era, então, uma PDA tratada como se da mais requintada amante se tratasse. Tudo isto durou onze ternos e cúmplices meses, nos quais se foram reforçando intimidades até à dependência (da parte do dono, que ia cegando com a disponibilidade eficiente da sua “jóia”).
É uma história feliz, não é? Até apetece ir já a uma loja comprar uma. Nada de mais enganoso.
Foi então que, numa fatídica manhã de Novembro, o afeiçoado dono resolveu acordar a bicha (como já perceberam o adjectivo endureceu, uma vez que este que vos escreve sabe o final da história) de um tranquilo sono, que durava já perto de uma semana. E perguntam vocês: “Tanto tempo? Mas ela não era manuseada diariamente?” Pois era, mas um homem também tem família e outros compromissos, pelo que, por vezes até as PDA’s têm de ser um pouco negligenciadas.
Bem, mas adiante, como ela não acordava o dedicado dono facultou-lhe energia eléctrica - do dia (sempre o melhor) – esperando receber a sua saudação luminosa com o mesmo sorriso de sempre. Só que desta vez a … (vou ocultar o adjectivo para não ferir susceptibilidades) respondeu com uns afeminados golfinhos, em vez do simpático ecrã em tons encarnados que sempre exibia. Percebendo que algo de errado e trágico se estava a passar, o ansioso dono embasbacou na espera do desenvolvimento da coisa. E pasmou quando assistiu ao renascimento daquela que, até então tinha crescido consigo. Ou seja, como a mais vil e traiçoeira das meretrizes, a PDA esqueceu tudo o que lhe tinha sido facultado e resolveu recomeçar, como se estivesse a ser desvirginada pela primeira vez. Perante tal cenário, o despedaçado dono sentou-se, enquanto agarrava, com a mão esquerda, o braço direito, que perante tal traição ganhara vida e tentava, furiosamente, arremessar a pérfida máquina contra a parede. Depois de serenada a luta, feliz ou infelizmente ganha pela mão esquerda, o resignado dono resolveu começar tudo de novo, mas desta vez sem tanto afecto e dedicação, que entretanto foram lavados da sua alma pela enxurrada de lágrimas interiores.
Moral deste conto: se querem uma amante, arranjem um ser vivo, que amanhã é sexta-feira
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